Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro. (C.L.)


Fuce.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Alter ergos de Suzi.

[...] O diário dos Alter egos de Suzi falando, alô, alô:

- Pra ser bem sincera, não tenho certeza quanto ao meu futuro (nem quanto ao meu presente, que dirá o futuro...).

No fundo ela é só uma menina de olhos arregalados, com leves sardas amarronzadas na altura das bochechas e com a pela manchadinha pelo sol, mas nada que uma boa base não resolva quando ela quer se sentir melhor.

- Sinceramente, desacredito piamente que algum dia alguém se apaixone por mim do jeito que eu sou. 'Magricelinha', desengonçada míope, de pernas finas e absolutamente ----- [e encantadoramente - essa parte 'ela' nunca cita]----- boba.

No fundo, ela nem acha nada disso, mas é assombrada com alguns pensamentos ruins de vez em quando, que vez ou outra resolvem persegui-la.

- Talvez porque já se passaram nem sei quantos anos e nunca mais estive com ninguém - pelo menos ninguém que valesse a pena. Talvez porque opções tenham faltado, ou porque as oportunidades não foram aproveitadas na hora certa - se bem que pra falar a verdade, não tenho nenhuma lembrança muito eufórica de nada que pudesse me tirar de minha zona de conforto. Sim, é confortável, é estável.

No fundo, ela tenta se proteger. Pobrezinha.

- Ok. Talvez eu tenha me retraído, com medo de entrar em algum abismo desconhecido, ou conhecido implicitamente. Estou presa em minha bolha, cuja única pessoa autorizada a entrar sou eu mesma. Aqui não cabe mais ninguém. Dê o fora! - grita meu consciente.

No fundo, ela quer dizer pra ela mesma que se sente bem dessa maneira, e talvez se sinta mesmo. Mas sinto uma carência contida nesse coração, sei lá...

- Queria poder saber se vou acabar uma solteirona convicta na casa dos 40, que viverá em um apê bacanésimo, com cachorros e pássaros e peixes, músicas, filmes, algumas obras de arte, ingressos de shows passados e uma certa melancolia, ou a convicção do termo 'bem-resolvida e feliz' com o rumo da minha vida.

No fundo, ela não pode prever. Ninguém pode. E ela não sonha mais. Preciso resgatar essa menina.

- O pensamento não me amedronta, pelo menos não de forma que transpareça fragilidade de minha parte, mas confesso que pode ser triste viver sem ter alguém pra partilhar seus planos, angústias, comemorações...

No fundo, ela é franca, e sabe que a franqueza é uma qualidade divina para si mesma.

- Desabafo, protesto, entenda como quiser. Indecifrável até pra mim. Minha missão nesse mundo certamente não foi viver um conto de fadas. Não mesmo. E vou envelhecendo [estou com 34 e isso me assusta], enferrujando, me conformando e correndo atrás de coisas palpáveis.

No fundo, ela espera alguma coisa que também não sabe bem o que é. Mas ela espera. Espera. Um dia vai chegar. E aí a Suzi vai voltar pra contar, tenho certeza.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Da série 'Casamentos'.

Com exceção dos meus pais, arroz e feijão, pão com manteiga e macarrão com frango, o único casal que acredito que nasceram um para o outro é o livro e a música.

Livros e músicas se complementam.

Eu particularmente amo ler apreciando uma [às vezes nem tão] bela canção. Ao tilintar de cada nota sinto as emoções dos personagens, não sei explicar. Alguns livros que li tiveram trilhas sonoras específicas, o On The Road, por exemplo, li escutando Arctic Monkeys do começo ao fim - com algumas 'intromissões' de Bloc Party, confesso. O 1984 foi Placebo na veia, Orgulho e Preconceito ficou com Cícero... e por aí vai.

Mas o barato é esse mesmo, vc creditar uma trilha sonora sua, particular, onde você é o 'diretor' do que cabe ou não àquela história.

A música me ajuda a configurar uma sonoplastia - se assim posso me referir - pra cada livro lido, pra cada história desencadeada.

Os livros, por sua vez, têm seu charme, excentricidade, malícia e volúpia. Histórias brotam a cada parágrafo proclamado.

Ambas as paixões têm tanto em comum, mas são tão opostas ao mesmo tempo... a começar pelos 'sentidos'... audição e visão, que juntos formam uma dupla de sensações inebriantes e instrospectivas ao mesmo tempo.

Os olhos que fitam o livro, atônitos e ansiosos por desfechos, são os mesmos que deixam lágrimas percorrerem pelo rosto, após ter um momento nostálgico, sonhado depois de ouvir determinada melodia.

Fato é que, ler sem música e escutar música sem imaginar a letra é quase como nadar em uma piscina de areia. Não faz sentido.
Os livros, as músicas, tudo parte de possibilidades infindáveis de sensações, cada qual com o seu poder sobre nosso desejos, anseios, medos, emoções e aspirações.

Eu digo LIVROS e MÚSICAS. Livros de verdade e músicas de verdade.

Porque música é uma história contada, e são essas a que me refiro.
E porque livros são passaportes para viagens extradiordinariamente especiais e únicas. Porque vocês vai da ficção à realidade, do Oiapoque ao Chuí, dos romances aos suspenses, em um virar de página, tudo isso sem precisar se mover, só deixar os pensamentos e a imaginação fluirem.

É por isso que se combinam tanto.
Tão fantasiosos, mas no fundo tão cheios de verdades, de países, de momentos, que temos a obrigação de reviver como personagens, e fica até difícil, às vezes, voltar pra realidade...

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Queria.

Queria ser mais atrevida,
Mais destemida,
Menos arcaica,
Mais imoral.

Menos medrosa,
Mais corajosa,
Mais confiante,
Menos normal.

Queria que ele me olhasse,
Mais do que isso, me enxergasse,
Até conversasse, na mesa de um bar.

Queria não ter conhecido,
Gostado de ouvi-lo,
Não ter admirado, nem me identificado,
Nem saber quem é.

Queria que fosse verdade, os sonhos sonhados,
Os risos escritos,
As promessas não cumpridas, que nem foram prometidas.

Queria ter dito,
Em alto e bom som
O que diz meu coração,
Mas cacife me faltou, entalando meu discurso.

Queria não ter apanhado,
Não ter chorado,
Por motivo banal e sem fundamento.

Queria não ter esperança,
Ser moça com lança,
Pra me proteger dos pensamentos que me levam até você.

Queria que alguém percebesse,
Me emudecesse,
Com um toque terno,
Acalentando meu ego.

Queria não ter sentimento,
Queimando por dentro,
Cheio de incertezas e incredulidade,
No ato de amar.

Queria não querer esperar uma mensagem,
Um convite ou coincidência,
Onde eu pudesse te encontrar.

Queria que isso se afastasse de mim,
Que o imediatamente estivesse próximo do fim,
E que o final tênue do querer e ser, estivesse logo aqui.

Aqui e agora,
Porque já não posso mais suportar a ideia,
De não tê-lo sequer pra sentar e conversar.

Falar sobre a vida, sobre arte, comida,
Sobre coisas em comum, que fizemos na infância.

Espero conseguir,
Essa vontade emergir, da carne e da alma.
Enquanto isso, acompanho seu jardim,
Sem ao menos saber, se tens ideia do quanto tenho a lhe oferecer,
Sobre os planos que fiz, pra você e pra mim.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Vacance Hotel - Águas de Lindóia/SP


Olá, pessoal!

Estou aqui hoje para sugerir uma ótima opção de lazer, entretenimento e tranquilidade para toda a família, já que temos alguns feriadinhos se aproximando, além do Natal e Ano Novo.

O Hotel Vacance, localizado em Águas de Lindóia, no interior de SP, é uma excelente opção pra você que além de querer fugir do estresse da cidade, também deseja curtir momentos de descontração e conforto.

As opções são diversas:

Piscina
Piscina Aquecida
Campos de Futebol
Quadra de Areia
Quadras Esportivas
Mini Golf
Fitness
Clubinho do Robi
Salão de Jogos
Bosque e Lago
Bellagio Spa
Restaurante
Bares
Suítes confortáveis (Vacance, Vacance Luxo, Siena, Mantova, Ravenna)

Além disso, todos os funcionários do hotel são ultra simpáticos e atenciosos. Prova disso, foi a cessão super carinhosa  em maio deste ano, para que eu e meu grupo da faculdade fizéssemos algumas fotos no espaço para o nosso Trabalho de Conclusão de Curso - o famoso e temido 'TCC'.

Para os interessados em conhecer o hotel, o endereço está logo a seguir:

Avenida das Nações Unidas, 1374, Águas de Lindóia/SP, 13940-000 
Fone: (19) 3824-1191

Nosso trabalho foi um sucesso - tiramos 10 no dia da apresentação -, e todos do hotel nos trataram muitíssimo bem quando fomos fazer as fotos. A Ana Luiza, de Lazer, foi a nossa principal 'guia' dentro do Vacance, mas contamos com a ajuda de todos, sempre solícitos e competentes.

As modelos que fotografamos também foram duas grandes amigas, Priscila Medeiros e Raíssa Rodrigues, e a Stephanie Rodrigues foi essencial pra que tudo desse super certo, cuidando da maquiagem e sempre dando aquela ajuda na hora das poses e troca de roupas.

Abaixo, algumas fotos do dia em que estivemos lá:

Da esq. pra dir.: Ana Luiza (do depto. de Lazer), Priscila Medeiros (Modelo), Eu,  Flávia, Ismael, Cezar, Caio, Raíssa Rodrigues (Modelo), Stephanie Rodrigues (Maquiadora e Assistente) e Pedro. 

Stephanie Rodrigues - nossa maquiadora e Assistente; e Raíssa Rodrigues - uma de nossas modelos.

Um dos espaços em que fizemos fotos para o trabalho.

Priscila (modelo), Caio e Cezar, em um dos espaços em que fizemos as fotos pro trabalho.


Pedro e Ismael, na sala de apoio que o Vacance nos disponibilizou.

Cezar - e o rebatedor, rs - e a Pri, nossa modelo linda *-*, em um dos ambientes do SPA.
Piscina
O resultado do nosso trabalho foi usado única e exclusivamente para fins acadêmicos, portanto, não divulgamos estas imagens comercialmente. 

Nosso cliente foi uma loja de roupas femininas chamada MIROA, e os mesmos também foram muito bacanas conosco, e nos ajudaram durante a produção do trabalho.

Só pra não deixá-los tão curiosos, confiram 2 fotos do trabalho final:

Modelo: Priscila Medeiros 

Modelo: Raíssa Rodrigues

Bom, gostaria de deixar registrado nosso agradecimento - ainda que um pouquinho atrasado, rs -, a todos que fizeram parte desse trabalho tão intenso, gratificante e prazeroso para nós.
Ter me formado com esse último trabalho acadêmico no currículo é um grande orgulho, pois demos o nosso sangue para que tudo saísse o mais perfeito possível.

Só tenho a agradecer e a recomendar esse lugar incrível e de pessoas do bem, que é o Hotel Vacance.

Beijos e até a próxima.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Não precisa ter sentido.

Era aproximadamente sete horas da manhã de um dia nublado, ou ensolarado - tanto faz.
Não foi aí que tudo começou, porque nem teve um começo na realidade.
Uma ordem, um acato, e tudo bem.
Treze horas do mesmo dia, tempo suficiente para acabar com a paz de espírito.
Tudo se encaixa depois, mas só depois mesmo.
Antes é só acusação.
Agora está tudo bem, na verdade já estava tudo ótimo, perfeito até demais, só eu não percebia.
Soa sem sentido? Prefiro pensar que soa sentimento.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Sem título

Uma ânsia profunda e agoniante me acomete por horas a fio.
Sinto minha garganta travada e sufocada, por ora. Entretanto, respiro com facilidade.
Controvérsias e contradições como estas, acontecem comigo com uma naturalidade e frequência assustadoras.
Mas não me deixo levar por paranóias infundadas.
Prefiro acreditar que certas coisas precisam acontecer, mesmo não tendo lógica ou explicação.
Minúcia. Foco. Concentração e Cautela.



domingo, 5 de agosto de 2012

À gosto. Janeiro.

Era janeiro, dia vinte e pouco.
Não chovia, mas ventava muito, um vento que soprava tão forte que parecia o fim dos tempos.
Timidamente, me retirei do recinto. Não havia nada que pudesse me prender naquele momento, naquele lugar.
Engano.
A oportunidade estava ali, logo à frente, mas ignorei e me despedi do que poderia ser minha felicidade.
Momentaneamente, passou uma vontadezinha de ficar e gritar um 'foda-se a hora', mas não o fiz.
Talvez por medo, insegurança, ou só porque não fiz mesmo. Sem maiores explicações.
E mais uma vez, me esquivei.

Na realidade, a verdade nua e crua mesmo, é que pensei que poderia adiar. Ou não pensei nada - como é mais provável -, mas prefiro acreditar que de alguma forma, meu raciocínio foi lógico, entretanto, equivocado.

E de 'oi' em 'oi', 'tchau' em 'tchau', uma esperança esquisita - pra não dizer esquizofrênica -, toma conta de uma partícula de mim. Não de uma parte, de uma partícula, é isso.

E daí você pensa em um monte de coisas, e de como teria sido 'se', ou como seria 'se', ou até mesmo 'será?'.

E já não importa se você pegou seu amigo baixista daquela banda famosinha, e nem que foi encoxada pelo tatuado bonitinho da balada, muito menos que descobriu que seu ex, ex, ex casou ou que é amiga do cara que um dia você fez o que teve vontade, ou se você saiu correndo pelada pela Avenida Paulista e trocou ideia com um mendigo cult que usava sapato social e camisa rosa.

E não importa o quanto àquele 'artista' que você tanto admira(va) te decepcionou, e nem o quanto custou esquecer ... o que interessa mesmo é o presente.

Droga de Artistas. Queda.

- Oi, tudo bem?

Quem pergunta isso, não espera ouvir um 'não', como resposta. Então eu me pergunto: Pra que diabos começar um cumprimento dessa maneira, se você não está dando a mínima pra resposta?

E pra que responder uma coisa que você não tem vontade? E pra que responder?

E, e, e.

A minha teoria dos dois anos está se concretizando - ou não. Não explicarei sobre essa teoria aqui, porque além de não valer a pena, não é da conta de mais ninguém com exceção da minha pessoa e do meu alter ego - e talvez de alguns diários da minha adolescência torta.

E daí novamente você pensa um monte de coisas. E não espera mais respostas e decide que não vai mais perguntar também.

Porque janeiro já passou, e agora é só à  gosto. Agosto. À gosto de quem quiser.
O gosto que teria tido, ou que terá, nunca será palpável, mas pode se materializar quando você menos esperar.

sábado, 28 de julho de 2012

Na Estrada - por @alehcaires

É bem verdade que eu estava ansiosa para assistir o filme "On the Road" ou "Na Estrada", adaptação do manuscrito "On the Road", de Jack Kerouac.

Desde que conheci a literatura beat, me apaixonei por cada aventura, loucura, coragem e insanidade de cada um dos 'personagens' dessa época.

A obra de Kerouac é aclamada por inúmeros astros e anônimos de gerações passadas e atuais, como por exemplo,  Bob Dylan, que afirmou ter On the Road como seu livro de cabeceira e um grande influenciador em sua vida.

Pra quem não conhece, o "On the Road" nada mais é do que o relato de um jovem escritor norte-americano doido pra conhecer e explorar o mundo, e que conhece uma galera insana o bastante pra fazer essa história render à beça. O livro foi lançado em 1957, apesar de ter sido escrito em 1951. No manuscrito original, os nomes dos personagens são de fato reais: Neal Cassady, Allen Ginsberg, William S. Burroughs e Jack.

Porém, antes de ser publicado oficialmente, o autor precisou fazer algumas alterações, como justamente a menção desses nomes que não poderiam conter na versão final, e outras 'cositas mais'.

A história pode ser resumida naquele velho ditado 'sexo, drogas e rock'n'roll'. Jack, ou melhor, Sal Paradise, Dean Moriarty e Marylou  vivem aventuras fascinantes por Denver, Arizona, São Francisco, Louisiana (...). Alguns outros personagens aparecem menos enfáticos, contudo, não menos importantes.
A benzedrina e o  álcool  são quase protagonistas desse 'grito de liberdade' que significa a obra.

A produção do filme, é do brasileiro Walter Salles (de Central do Brasil), e está realmente muito lindo.
Os direitos de filmagem do longa estavam sob os cuidados do respeitado diretor Francis Ford Coppolla, entretanto, o feito não se concretizou em suas mãos e sim na de seu filho Roman Coppolla, junto ao Salles.

Em termos de produção, fotografia e enredo, o filme está incrível,  e as locações são impecáveis. Os atores escolhidos foram ótimos e super convincentes e entrosados em seus papéis.
Uma surpresa feliz foi a interpretação de Kristen Stewart - como Marylou; e o restante do elenco também: Sam Riley - como Sal,  Garreth Hedlund - como Dean, e Alice Braga - como a mexicana, Terry, além de Kirsten Dunst, Vigo Mortesen e Amy Adans.

O roteiro teve que ser bem fragmentado, não teve jeito. Como já era de se esperar, o filme tem a duração de 2h20, bem longo para um circuito comercial, e assim mesmo não teve como todo o conteúdo entrar na edição. Li algumas matérias em que Salles declarou pesaroso o corte de muitas cenas que não tiveram espaço e tempo para serem exibidas. Mas prometeu que quando sair em DVD, os extras serão recheados (vamos esperar)!

Gostei bastante do longa, recomendo às pessoas que leram o livro e/ou que conhecem a literatura. Para os 'curiosos', indico que leiam antes, pra não saírem dizendo que não curtiram. O retrato está bem fiel e algumas cenas foram exatamente como eu imaginei - principalmente a reprodução do puteiro mexicano!

Acredito que todos que tiveram participação nesse filme, devem ter se sentido vivendo aquele momento, aquela época, a quebra de barreiras, as infrações, a adrenalina, a intensidade  e loucura.


Afinal, de um jeito ou de outro, seja nos anos 50, 60 ou 2000, a juventude tem os mesmos anseios:

"Queremos tudo ao mesmo tempo"

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Para Roma Com Amor - por @alehcaires


Nossa, faz tempo que não escrevo sobre filmes aqui no blog.

Aliás, ando um tanto quanto displicente em matéria de atenção ao meu 'filhinho'. Mas isso vai mudar. Promessa!


Há algumas semanas fui com minha amiga Dani assistir ao último filme produzido e dirigido pelo Woody Allen: Para Roma, Com Amor.

Minhas impressões sobre o filme são um pouco suspeitas, pois, eu adoro esse diretor, mas vou tentar ser imparcial e opinar como uma espectadora mais analítica do que fã.

Pra começo de conversa, o elenco dessa trama é uma coisa de louco de tão sensacional!

E isso me leva a crer que exatamente por esse motivo, eu esperava  mais.

Penélope Cruz, a queridinha de Almodóvar (de A Pele Que Habito), combinou muito com o papel, mas ainda acho que o talento dela é maior do que o papel. Na trama, ela é uma prostituta, que é paga para se deitar com um determinado cara, porém, entra no quarto de um homem casado e que espera visitas importantes, ou seja, ela erra o quarto e a partir daí começa uma confusão danada.

Já a Ellen Page (de Juno), não tem muito sal nem açúcar. Não acho que ela seja má atriz, mas também não a acho tão esplêndida a ponto de arrancar elogios gratuitos. Ela cumpriu o script. Ponto. O papel dela pode ser caracterizado como 'sou irresistivelmente inteligente, pseudo-intelectual, e pra finalizar: FAKE'. Na verdade, o papel que ela representa é justamente tudo o que abomino em uma pessoa: fingir ser algo que não é.

Jesse Eisenberg (de A Rede Social) interpreta um estudante de arquitetura, que encontra-se com si próprio, só que no futuro. Namora com uma garota legal, mas se depara com a mocinha aí de cima: a irresistivelmente inteligente (...), e não vou mais falar sobre essa parte, pra não perder a graça pra quem pretende assistir. É, não dá pra entender direito lendo, mas é mais ou menos por aí.

Agora, o que mais me decepcionou, foi o papel designado ao Roberto Benigni (de A Vida é Bela). Foi o personagem que teve o enredo mais 'perdido' - se assim posso dizer - da história como um todo. O cara é um puta artista, e merecia ter tido um destaque mais solene. Leopoldo Pisanello, essa é a identidade de Benigni no longa. É um cara comum, que trabalha em um escritório comum, que tem uma família comum, uma vida pacata, e só. Repentinamente transforma-se em uma celebridade, assim, instantaneamente, sem pé nem cabeça, sem motivo mesmo. E só. Mais nada. Ficou meio vago, em minha humilde opinião.

"Para Roma, Com Amor", é uma salada de histórias paralelas, que não se interligam, não se fundem. Fora essas que mencionei, ainda há uma outra parte da trama, a que Allen atua, que é mais ou menos assim: a mocinha vai passar férias em Roma, se apaixona, decide casar, chama os pais para conhecerem a família do noivo. O pai do noivo é um cantor-amador-de-ópera-enquanto-toma-banho, e o pai da noiva quer lucrar com a situação; a partir daí, ele organiza eventos um tanto quanto inusitados, onde o cara canta ópera em lugares chiquérrimos, só que no chuveiro.

As histórias do filme são daquelas cheias de humor e acidez, típicas de roteiros do Allen, mas senti um certo 'vazio'. Apesar da mensagem parcialmente implícita que questiona a política; o capitalismo; a traição; a banalização da fama, como é repentina e por coisa alguma (e como é passageira) - tudo de um jeitinho bem cômico -, acho que faltou um certo 'tempero'.

Depois de "Tudo Pode Dar Certo (Whatever Works)" e "Meia-noite em Paris", respectivamente, esperava ver em "Para Roma Com Amor" algo mais cativante.

Mas confesso que dei boas gargalhadas com o filme, porque Allen é Allen (e eu sou fã, droga! Não consigo só falar mal).

No geral, a locação é linda, as ruelas por onde os personagens passam são charmosíssimas, os pontos turísticos de Roma são incríveis, e os atores são ótimos.

E recomendo. Sim, recomendo.

Porque opiniões são diferentes umas das outras, e essa é só uma visão, a minha visão.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Quatro anos se passaram.

Faz um tempão que não dou as caras por aqui, e olha, vou falar uma coisa, tô me sentindo enferrujada - confesso.

Mas tive um motivo ´perdoável', estava me dedicando ao meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), e é justamente esse o 'mote' do meu post de hoje.

E lá vamos nós começar com aquele clichê (necessário - na minha singela opinião):

"Há 4 anos atrás eu era uma menina de 19 anos, que sonhava em ter uma profissão e trabalhar e alcançar um objetivo: me formar e ter um futuro estável, tranquilo e confortável."

Está certo, esse é um planejamento a longo prazo, tô sabendo, mas hoje tenho a imensa satisfação em dizer que posso me considerar uma guria formada! Pelo menos parte desse meu projeto já está encaminhado pra continuar a dar certo.

Passei 4 anos da minha vida totalmente focada em um objetivo, e hoje vejo que tudo valeu a pena.

É tão engraçado como de ano em ano as coisas foram tomando rumos diferentes...

Se eu for dizer tudo o que me aconteceu nesse período, com certeza ficaria aqui por horas a fio, mas vou fazer um resuminho.

Me lembro como se fosse ontem, a maratona de cursinho pré-vestibular, simulados, vestibulares, estudo, estudo, estudo...mas me lembro também, que junto com o término do colégio, veio a necessidade de trabalhar, e aí meus caros, não rendia o necessário  pra conseguir passar em uma universidade pública.

Mas não desanimei! Tentei bolsas de estudos algumas vezes, e consegui! Mas no dia da minha matrícula, recebi a notícia de que uma grande amiga, na verdade uma irmã para mim, havia falecido vítima de leucemia. Perdi o chão, os sentidos, a vontade de fazer qualquer coisa. Lá se foi minha bolsa pra estudar Moda, e na verdade lá se foi qualquer entuasiasmo que eu tivera.

Entretanto, ergui a cabeça e recomecei, e lá sei foi a 'Alessandra' tentar novamente. Me inscrevi em todos os vestibulares novamente, e em todas as formas de obter bolsas, e mais uma vez Deus me mostrou que ele está ao meu lado, e dessa vez consegui uma bolsa integral para estudar Comunicação Social - Publicidade e Propaganda.

No dia, não me contive de tanta alegria. Não era melhor faculdade do mundo, mas pra mim aquilo significava muito, e prometi para eu mesma que aproveitaria cada instante que pudesse ser proveitoso.
Nessa época eu trabalhava em uma grande empresa, mesmo com meus (apenas) 19 anos, e abdiquei do trabalho para estudar (já que era muito longe e eu não conseguiria chegar a tempo).

Logo comecei a trabalhar em uma agência, e fiquei lá por 2 anos e meio. Nesse meio tempo um monte de coisas aconteceu - um monte de coisas, MESMO.

Perdi meu alicerce, meu pai. Ele se foi no dia 28 de maio de 2009.

Perdi minha segunda mãe, minha avó materna. Ela se foi no dia 24 de junho de 2009.

Sim, perdi duas pessoas importantíssimas na minha vida, em menos de um mês. E com 20 anos de idade, tive que tomar as rédeas da situação e segurar a onda como uma pessoa madura o suficiente pra levar a casa praticamente em suas costas.

Mas não desanimei! Nesse momento pensei que eu tinha que suportar tudo o viesse à tona, porque eu tinha certeza de que um dia eu seria recompensada.

Nesses 4 anos de faculdade eu aprendi a conviver com pessoas extremamentes diferentes de mim; aprendi a lidar com personalidades fortes, assim como a minha. Tive períodos conturbados, briguei, chorei (e como chorei), gritei, ri - de felicidade; de bobagens; de situações que não tinham remédio, e o remédio era rir nesses casos -, enfim, fiz tanta coisa...

Tantas pessoas que começaram e não terminaram...

Festas surpresas, churrascos com a turma, viagens, histórias hilárias, histórias tristes, trabalhos de última hora, horas/dias/madrugadassem dormir - ganhei olheiras federais (que ainda tenho a esperança de que um dia elas desocupem meu rosto, hahaha) - ganhei experiência, bagagem, e AMIGOS, acima de tudo.

O mais gratificante foi receber uma nota DEZ no dia da apresentação do TCC! Foi realmente inexplicável o misto de sensações: alívio, missão cumprida, orgulho, acabou, entre outras. haha

Agradeço a todos que contribuíram direta e indiretamente para o meu crescimento e desenvolvimento pessoal e profissional: aos meus pais - tenho plena convicção que meu pai estaria muito orgulhoso de mim -, a cada um dos professores - que seria até injustiça citar nomes aqui, pois, não quero esquecer de ninguém -, à minha irmã, que sempre me apoia em tudo o que eu faço, e às pessoas que acreditaram que um dia eu chegaria lá.

Hoje, eu tenho orgulho de dizer que terminei a faculdade inserida no mercado de trabalho dentro de minha área (coisa cada vez mais rara de se acontecer), e que tenho mais um trilhão de planos e objetivos a cumprir, e sei que vou conseguir, pq determinação e coragem de arregaçar as manguinhas e ir à luta eu tenho de sobra.

Quem sabe um dia a La Madre Comunicação (a agência experimental minha e de meu grupo) não se torna uma grande agência, né não?
Tá, esse post foi totalmente 'Diário de uma adolescente', mas eu não poderia deixar de tê-lo aqui, porque isso aqui é a minha vida, esse blog não é um blog de futilidades (que eu gosto também), e nem de alguém que quer parecer uma coisa que não é. Aqui são só relatos da minha vida e da minha imaginação.



Trabalho de Merchandising Testemunhal
Produto: Tec Pix

 Trabalho de Laboratório em Publicidade e Propaganda
Produto: Sadia (Institucional)

Trabalho sobre a Imprensa Sob Censura


Trabalho de Fotografia Publicitária
Produto: Bohemia



beijos e queijos :*





sábado, 10 de março de 2012

As Árvores, Somos Nós.

Certa vez, que não vou me lembrar nem quando nem por que, li em algum lugar - na verdade era uma espécie de revista-livro, não sei direito -, um texto sobre 'Árvores'.

Mas não era um texto comum, não falava sobre biologia, nem ecologia, muito menos sobre caule, folhas, raiz e frutos - pelo menos não no sentido que possivelmente você deve estar pensando agora. (Vou falar sobre isso mais adiante)

É meio estranho e curioso explicar.

Não me recordo das palavras que foram usadas, nem tampouco de quem escreveu, contudo, a filosofia contida naquele pedaço de papel couchê fosco, adentrou meus pensamentos e a cada dia reflito sobre as poucas coisas que me lembro estarem escritas.

A partir disso, pesquisei para tentar descobrir de onde era aquele tal texto sobre a árvore, mas foi em vão, não encontrei nada.

Chego a pensar que talvez apenas eu tinha que ter visto e assimilado à minha forma, para agora poder transmitir aqui com as minhas palavras, que estão longe de serem perfeitas, entretanto são minhas, apenas a minha maneira de redigir, e ninguém conseguirá mudar isso.

A ÁRVORE, por Alessandra Caires 



Árvores são seres vivos inanimados, que contraditório, não?
Árvores são plantadas, e demoram anos, décadas, séculos para crescerem e atingirem o céu.
Para as Árvores, o céu é o limite, mesmo.
Árvores são cortadas, florestas são desmatadas, e existe gente capaz de dizer que 'elas' não sentem nada.
Gente sem sentimento.
Mas as Árvores também dão frutos e florescem, obra divina de Deus.
Sim, a natureza é sábia. Não tem como não fugir ao clichê.

Árvores acima de tudo, são como nós, seres humanos.
Bom, na verdade, nós somos como as Árvores.

A RAIZ representa as nossas raízes, nosso alicerce, de onde viemos e quem e o que devemos preservar, independente do que aconteça. A raiz, nada mais é do que nossa família, nossa base, nosso apoio, nossa válvula de escape.

O CAULE representa nossa força, nosso vigor, nossa estrutura. O caule é o nosso corpo, é a nossa sustentação, é onde mesmo parecendo frágil, conseguimos carregar o resto do corpo inteiro, sem pestanejar.

Os GALHOS representam os nosso braços, que podem ser muito mais resistentes do que podemos imaginar. Os braços acalentam quando é preciso, dão bronca se necessário, mas estão sempre abertos, prontos à receber as vitórias que a vida e Deus têm à nos dar, e também para orar, para abraçar e para segurar as dificuldades com dignidade. Os galhos são nossos braços, sem dúvida, e eu nem precisaria explicar, para que fosse entendível.

As FOLHAS representam nossa emoção. É como o velho ditado "Não cai uma folha se Deus não quer", o que é bem verdade. Não acontece nada em nossa vida em vão, e as folhas são esses acontecimentos, ora bons, ora ruins, mas que servem como aprendizado para o resto da vida. Por mais que se pareçam, cada folha é única, e se alguma cair uma nova nascerá. Então, posso afirmar que as folhas também são nossa esperança de cada dia.
Se você parar para pensar, a 'história' das folhas é incrível! Chega um determinado período, designado como 'estações do ano', onde as folhas caem, e aí está o nosso renovo, nossa 'nova fase', representada por esse metáfora. As folhas caem, porque precisam dar vazão à novas folhas, que serão mais bonitas, mais vigorosas, mais resistentes, mais robustas. As folhas caem, porque precisam cair, para depois se levantar.

Os FRUTOS representam nossas ações, em especial as boas. "Você colhe o que você planta". Já repararam  quantos ditados existem a partir dos feitos da natureza? São inúmeros, incontáveis, porque sim, não existe nada mais maravilhoso e certeiro, como as 'ações' da natureza.
Os frutos também têm um período todo especial para aparecerem. Frutos são plantados, mas não nascem assim, de uma hora para outra. É preciso cuidar, regar, dedicar-se à eles, para que nasçam deliciosamente graúdos e doces. Em nossa vida não é diferente. "Fazer o bem sem olhar a quem", ta aí a denominação do que são boas ações que podem virar frutos.

As FLORES representam a beleza, as coisas boas da vida. Flores são coloridas, belas, cheirosas, admiráveis. Não é a toa que as flores são símbolo de amor, afeto e ato de carinho. Quem nunca ganhou sequer uma rosinha por algum dia especial? Flor, é a beleza exterior, é nosso esteriótipo. A 'flor' significa o que e quem vamos atrair, pela principal característica física. Que loucura! A flor, a última que designei, nada mais é do que a primeira coisa a ser notada por nós mesmos.

Infelizmente não somos exatamente como as árvores. A raça humana prefere deixar de lado um tanto de qualidades importantes, por um 'rostinho' bonito, uma capa que aparece em sua frente...

Não valorizamos a força, a coragem, as boas ações, assim no ato, mas só depois de um longo caminho percorrido. Depois de muitas folhas caírem.

Claro que não se pode generalizar, mas isso é um fato, não se pode negar.

E são por essas e por outras que as Árvores têm meu sincero apreço, respeito e admiração.

Quero ser uma árvore ao pé-da-letra.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Descontinuada.

Capítulo 1.000

(...) E ali naquela sala, sentada em uma poltrona verde não muito confortável, não conseguia pensar em mais nada, além do fato de que você estaria lá.

Que tola, nem sequer lhe conheço, mas sabia que estaria ali, a minha espera. Mesmo que despretensiosamente, sem saber, sem interesse. Mas eu já tinha certeza.

Não aconteceu nada, mas ainda assim, na hora pensei que estivesse mergulhada em um sonho bom.

Sobretudo, achei ter encontrado ali, a razão pelo qual viveria pelo resto de minha vida e, sem querer fazê-lo, entreguei-me a sei lá quem ou o que. Mas só na imaginação.

Estava sozinha. Corria ao encontro da incógnita, e nos abraçávamos fortemente, como quem quer proteger o outro de coisas ruins.

O vento uivava  ferozmente, e ultrapassava meus cabelos, e eles balançavam, esvoaçavam feito quem anda em montanha russa.

Eu andava entre uma espécie de pasto ora verdejante, ora dourado pelo sol, sol esse mais do que quente, estupidamente sufocante para quem não estava acostumado.

Embora a sensação fosse de liberdade e felicidade, não sabia ao certo para onde estava me dirigindo e o que de fato me esperava.

Na verdade, não faz sentido algum, nada do que eu disser, nada do que eu explicar.

Fato é, que me iludi, mais uma vez.

Sorte no jogo, apenas.

Pensei ter encontrado o que procuro há tempos.

Alarme falso. Pela milésima vez.

Desisto.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

2 Coelhos - por Alessandra


Para muitos, o resumo do que seria um "filme nacional", é:

- Favela
- Drogas
- Criminalidade
- Mulheres nuas 
- Sexo
- Funk no Morro
- Tiros 
- Mais Tiros 
- Porrada 
- Palavrões
- Xuxa e Os Duendes, e a Fada, e a Pedra Filosofal, e o raio que o parta
- Didi e os Finados Trapalhões, com sua filha aspirante à atriz
- Floresta
- Macacos 

Essas duas últimas, são especialmente para os meus amigos gringos. - Ok, eu não tenho amigos gringos, só quis fazer uma piada mesmo. Não precisa rir disso, foi horrível, eu tenho consciência, haha.

Bom, apesar de eu ter reunido um apanhado de coisas não tão bacanas assim, sou super crente que o Brasil tem condições e capacidade de mostrar muita coisa boa no cenário cinematográfico. 

Eu estava certa! 

Desde que vi um banner exposto em formato de mídia out of home, na estação Paulista da linha 4 Amarela do metrô de São Paulo, fiquei além de curiosa, intrigada para assistir esse filme.

A começar pela 'arte' do tal banner, que me chamou a atenção, pelos atores, pelas cores fortes, pela forma e conteúdo, é, o contexto me agradou e atiçou minha curiosidade em espreitar algo que me pareceu ser tão diferente de tudo o que eu já vira em longas nacionais!

Quarta-feira chuvosa, mas encasquetei que dessa semana não passaria, iria assistir fizesse chuva ou sol. 

Entrei na sala ansiosa, fitei meus olhos na tela e me APAIXONEI por cada detalhe de "2 Coelhos".

O filme é incrível! Juro, não sei descrever o que eu achei melhor! 

A trilha sonora é maravilhosa, os atores são ótimos, - só podia ter uma Alessandra neste filme, agora eu entendo o sucesso, haha -,  a história é impecável, imprevisível, sensível, triste, injusta, justa, têm seus momentos de 'comédia', é inteligente, enfim, linda produção!

É o tipo de filme que você identifica vários pormenores que serviram como inspiração para o roteiro e direção. Tem um ar de cinema fantástico em algumas cenas, em outras ele criar um ar meio "Tarantino", tem alguns momentos que me senti no GTA, e o modo como é tratada a realidade da corrupção, politicagem, vingança, é extraordinária!

Mas o mais impressionante, foi como uma história de amor caiu como uma luva, em meio a tantos assuntos 'pesados' abordados.

Afonso Poyart: gravem esse nome, se ele continuar a produzir filmes tão bons quanto esse, tenho certeza que ainda será muito reconhecido. Quase um Jigsaw! haha

No Brasil existe muita gente boa, muito diretor com ideias borbulhantes em suas mentes ora esquizofrênicas, ora sãs, mas principalmente, cheias de referências, essências e personalidade. 

O que falta aqui em nosso país, é oportunidade  para que esses 'novos' diretores possam mostrar seu trabalho em salas comerciais, como aconteceu com "2 Coelhos".

O filme realmente me fascinou, saí do cinema querendo assistir novamente, e querendo um "2 Coelhos - 2", rs. Mas provavelmente isso não irá acontecer. 

Espero mesmo, que o Brasil invista mais em ideias brilhantes e inovadoras, sem historinhas clichês e demagogas.

A propósito, por se tratar de um filme nacional, - atípico, mas ainda assim é um filme nacional -,  sabem aquela listinha lá no início? 
Então, algumas coisas você irá encontrar, afinal, não dá pra fugir totalmente à quase que uma 'regra', não? haha

Recomendo, absurdamente. 

domingo, 29 de janeiro de 2012

Encontro Com o Outro.

Algumas pessoas, algumas bebidas, uma garoa fina e um som alto.

Eu estava ali, sem sombra, sem lenço e sem documento - como diria Caetano.

O meu corpo dançava, cambaleava com a música estridente, aliás, barulho! Porque aquilo não era digno de ser chamado de música.

Minha cabeça estourava, parecia ter uma orquestra desafinada dentro do meu ouvido, destruindo meus tímpanos, mas eu continuava me mexendo, e fingindo que aquela órbita de euforia me fazia bem.

Até que um instante de êxtase me acometeu, e eu saí daquele lugar, onde estivera por horas a fio, e fui para um outro mundo, quase um paraíso.

E ali eu tive uma visão, do meu futuro, ou talvez de alguma outra vida que eu sempre quisera ter.

Mas foi como um sonho, quando ele ainda está naquela parte do cérebro em que não dá pra lembrar de nada do que aconteceu, só me recordo da sensação boa e da brisinha que batia em meu rosto.

E em questão de segundos, aquele sentimento sumiu, escafedeu-se - como diria minha avó (sim, gosto de citações).

Então, continuei naquele antro de perdição, regado à drogas lícitas e ilícitas, conturbado, feroz e cheio de iniquidades. Mas mórbido, ao mesmo tempo. Uma contradição só!

De repente, vi-me vagando por becos sujos, onde bitucas de cigarros ainda quentes, soltando aquela fumacinha chata de odor desagradável, e as cinzas tomavam conta do chão.

Os pedregulhos atrapalhavam meus passos, que estava de salto alto naquele dia esporadicamente - meio descascados - mas ainda assim era um belo salto alto.

Ele fazia sentir-me mais mulher, mesmo que por dentro eu me sentisse ora gigante, ora menina-moça, ora criancinha, mas nunca exatamente uma mulher feita.
Talvez por isso eu nunca tivera sorte com os rapazes, a auto-confiança nunca fora minha melhor qualidade.

 Ainda no caminho obscuro e gélido em que eu estava andando quase como quem foge de "coisa ruim", avistei uma imagem, que não sabia distinguir se era uma pessoa, um objeto, ou uma miragem.

Aproximei-me e percebi que era uma espécie de alter ego, era eu, em outra dimensão.
Com cuidado, perguntei o que estava fazendo ali, e tive uma resposta - para o meu espanto.

- Eu estou fora de sua vida, porque você precisa se encontrar. Precisa selecionar e filtrar as coisas que te fazem bem e uma pessoa melhor. Precisa mostrar que é uma menina-moça, com cara de criança e expectativas de uma mulher com o coração gigante.
Mas não se contente, você é mais do que isso, nós somos mais do que isso! Reaja, garota!
A vida é cheia de altos e baixos mesmo, e eu só consigo habitar em ti, se for de sua permissão e de sua vontade.

Era o Espírito Santo. Eu sei que era.

Ali eu me debulhei em lágrimas, caí aos meus próprios pés e já não sabia o que sentia mais.
Se era medo, alegria, dor, aflição, só sei que fiquei aficcionada  pela imagem nada nítida que fizera parar o meu caminho.

Talvez o destino, esteja condenado à visita de uma parte de nós mesmos, para que consigamos discernir o que de fato estamos plantando em nosso jardim.

Tem que ter espaço para alguns personagens adentrarem nossa alma, porque existem momentos, que só encenando pra se safar de algumas situações.

E isso não quer dizer, necessariamente, que você seja uma pessoa falsa. Não.

Meu intuito não é que ninguém compreenda o que está vomitado nesse espaço que fora branco, aqui.
Só precisava pôr pra fora, essa explosão de letras, frases e palavras, que borbulhavam em minha mente.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Minha São Paulo.


Meu caso com São Paulo é coisa antiga.

Ela é minha amante, minha esposa, minha companheira, minha cúmplice e acima de tudo: minha atmosfera.

Adoro saber que é nela que eu vou descobrir quantas coisas bacanas existem para se fazer sem gastar muito, ou gastando muito, ou gastando nada.

É ela que me mostra todos os dias, que para viajar, eu não preciso sair daqui.

É nela que eu encontro a diversidade cultural de raças, cores, credos, estilos, nacionalidades e peculiaridades.

É nela que encontro diversão e cultura de domingo a domingo, 24 horas por dia.

É com ela que eu constato, que o 'metrô' apesar dos pesares, é o meio de transporte que vai me fazer chegar mais rápido, mesmo.

É ela que me prova que aqui é terra de oportunidades, mas não de milagres.

É nessa São Paulo que eu moro, que eu vivo, que eu AMO.

E é nesse caos, nessa correria, nessa falta de tempo que nos ronda ironicamente - já que se tem tanta coisa para fazer por aqui - que eu parabenizo minha linda, imensa, e produtiva São Paulo!

Minha cidade, cidade sua, cidade nossa, cidade de quem permitir que ela seja.

Menina que abraça e acolhe gente de todo canto, que mostra as coisas boas e coisas ruins que a vida oferece.

Ela me apunhala pelas costas às vezes, quando diz que 'o tempo ficará aberto', e repentinamente, cai o maior pé-d'água. Mas eu não ligo! Já me acostumei com essas peças que ela costuma me pregar. A garoa dela é tão famosa, que ganhou até bordão!


Terra da Garoa!

São Paulo é metrópole, é caos, é poluição, é gente com pressa, é o antro dos negócios, é um paraíso de possibilidades!

Parabéns, minha querida, pelos seus 458 anos!

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Senhorinha da Pizzaria.

Para o primeiro post de 2012, decidi escrever algo que realmente tivesse um sentido e um sentimento bom envolvido, espero que gostem da "historinha".

Certo dia, resolvi comer uma pizza com uma amiga, e ao chegarmos na pizzaria entrou também uma senhora.

Aparentava ter uns setenta e poucos anos, era bem magrinha, de cabelos tingidos - mas a raiz branca não negava a idade que realmente tinha -, tinha olhos azuizinhos, trajava uma calça de lã cinza, sandália, uma blusa coloridinha com um broche de maçã, uma echarpe também de lã, e nas mãos, segurava uma sacolinha e também uma bengala.

Ela sorriu para nós, e puxou assunto, como quem estivera pedindo atenção. Seu olhar estava solícito por alguém que lhe ouvisse.
Ali estávamos: eu e minha amiga, a senhorinha, as atendentes da pizzaria, e os clientes sentados, fazendo suas refeições. Mas parecia que ninguém mais enxergava a velhinha, senão eu e minha amiga, e antes que déssemos conta, já tínhamos começado a conversar com a mesma.

Ela falou sobre novelas, perguntou se acompanhávamos alguma, e eu respondi a ela como se ela fosse minha avó, com o maior carinho. Lembrei-me muito de minha avó, que neste momento está olhando por mim, de algum lugar melhor que esse mundo injusto e sujo. Lembrei-me do meu pai também, que falecera com mais ou menos a mesma idade dessa senhorinha com quem eu conversava.

Contou piada, riu conosco, nos fez rir absurdamente, como fazia tempo que eu não ria tão involuntariamente e por um motivo tão puro: a inocência de uma mulher, que poderia ser minha avó.
Nos divertimos quando ela disse:
"- Esperem aí, vou contar mais uma piadinha... - olhou em sua sacolinha de plástico, e soltou: 
- Iiih, esqueci meu livrinho de piadas em casa, que pena que eu não lembro de cabeça."


Ela nos disse que fez uma novela, e que seu marido tocava muito rock'n'roll em uma rádio em que trabalhara, e que a esfiha de chocolate "daquela" pizzaria, era muito gostosa! Percebemos a espontaneidade dela, e isso realmente me cativou.

Percebi que a reação das pessoas daquele estabelecimento foi meio desprezível, como se estivéssemos loucas, como quem diz:
"- Nossa, olha a atenção que estão dando à essa senhora maluca."

Às vezes enxergamos tantas coisas pequenas em lugares pequenos, e que tomam proporções tão gigantescas - em relação a brigas, desavenças -, ou então, a ambição de querer sempre mais e mais é tanta, que acabamos esquecendo de pessoas importantes em nossas vidas, e deixamos de dar atenção a elas.

Fiquei pensando na carência dessa senhora, e fiz algumas indagações:
- Será que os filhos dela a ouvem?
- Será que ela tem com quem conversar?
- Será que as pessoas a valorizam pelas coisas que certamente ela já deve ter feito de bom?

Eu só sei que eu a tratei como uma pessoa, que merece respeito acima de tudo, e não me senti nem um pouco envergonhada por qualquer motivo que fosse, que àquelas pessoas por acaso fantasiaram em suas mentes.

A saudade que bateu de minha avó e de meu pai, foi incontestável e indescritível, e vi como forma de retribuição - a talvez alguma vez que eu não tenha prestado tanta atenção em alguma coisa que ambos já me disseram - conversar com a divertida mulher dos cabelos brancos tingidos.

Essa história realmente aconteceu, eu não a inventei, e gostaria muito de dizer para quem teve a paciência e curiosidade de ler, que abracem mais os seus avós, os seus pais, e digam que os amam infinitamente, e o mais importante: converse, ouça-os, pergunte coisas sobre seu passado, parece pouco, mas tenho certeza que eles vão se sentir muito especiais por isso.

Sim, eu sei, a câmera do meu celular é uma merda, mas aí está a  "senhora maluquinha" - apesar de nesta foto não parecer, ela era bem velhinha.
Até a próxima.