Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro. (C.L.)


Fuce.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Sobre o futuro da Comunicação no Brasil.


Como uma boa curiosa que sou profissional de comunicação, todos os dias pela manhã eu dou uma geral nas notícias que aconteceram no dia anterior e acompanho as que estão acontecendo em real time pelas redes sociais e afins. Hoje me deparei com uma cena lamentável, porém, mais frequente do que possamos imaginar.
Um trote em uma famosa faculdade de Comunicação aqui de São Paulo teve como 'brincadeira' pros calouros, chupar uma banana e pepino e ficar amarrado a um poste. Coisa saudável, tranquila, né?

Sinto uma enorme tristeza e asco desses futuros comunicólogos, jornalistas, publicitários, radialistas que ali estavam promovendo essa patifaria.
Aí vem alguém e fala: "- Ah, mas a pessoa só participa se estiver de acordo, se ela quiser...".
Claro meu querido, se você não participa, sabe-se lá qual será seu 'castigo' ou 'fama' por não ter consentido entrar na 'baixaria' promovida pelos veteranos.

Aliás, veteranos? O que pode-se entender por 'veteranos'? 
Na minha visão de pessoa adulta, madura e no mínimo respeitosa, seria: uma pessoa que já enfrentou as dificuldades de uma nova jornada, que está inciando sua vida profissional em uma carreira honrosa e difícil, mas que por ter esse título, tem como missão motivar esses novos alunos que ingressaram no ano letivo. Afinal, no fim das contas o objetivo de todos ali é o mesmo, ou não é?

Agora, essa foi a 'expectativa', a 'realidade' é bem diferente e asquerosa. 
Quem em um primeiro dia de aula não quer voltar pra casa se sentindo humilhado, lesado e com vontade de morrer e nunca mais aparecer pra ninguém? 
Quem não quer passar o resto dos 4 anos sendo chamado por um apelidinho escroto que ganhou por algum motivo num desses trotes? 
Aí mais uma vez entramos na questão: '- Ah, mas a pessoa tem que levar na esportiva, todo mundo passou por isso, e ano que vem vai ser a vez dele se vingar nos bichos...'.

Eu juro que não sei o que é mais lamentável, se é a atitude das pessoas que promovem o trote violento e humilhante, ou se é o aluno ingressante.

O que eu quero deixar claro aqui é que eu não sou contra o trote, desde que seja uma coisa saudável, que marque a vida da pessoa de uma forma positiva, que ela possa se lembrar e rir depois disso, que ela se torne uma veterana de valores e preceitos básicos de respeito ao próximo e que não espere esse dia chegar pra simplesmente 'se vingar pelo que fizeram com ela no ano anterior'.

O que me deixa mais revoltada é saber que os trotes acontecem só em faculdades renomadas onde a maioria dos alunos têm uma boa condição financeira e provavelmente devem ter sido 'educados' em bons colégios e tudo mais. Com certeza muitos desses alunos filhinhos de papai, boyzinhos da Zona Sul não sabem o que é ter que trabalhar pra pagar os próprios estudos, ou se submeter a uma série de vestibulares pra tentar um ProUni ou coisa do tipo.

Não estudei na melhor faculdade da cidade, tive que me virar sozinha pra conseguir uma bolsa integral pra conseguir estudar, pois mesmo trabalhando meu salário não seria suficiente pra pagar o curso que eu queria, passei por maus bocados durante os 4 anos, envolvendo mortes e responsabilidades, pra na época uma menina de 19/20 anos... enfim, não estou me fazendo de coitada, mas queria demonstrar como é ridícula a atitude dessa geração de jovens egocêntricos, estúpidos e inconsequentes que acham cool estudar numa 'facul' top, e manter rixas com outras 'faculs', e 'chupa daqui' e 'chupa de lá' e 'ah, trote é normal, faz parte...'.

Esse não foi o primeiro e nem será o último caso de trotes abusivos, aliás, talvez este seja um dos mais leves que já foram noticiados com destaque, agora o que nos resta é torcer pra que esse índice diminua até finalmente cessar. É praticamente impossível? Sim. Mas não custa pensar positivo.

Eu espero, sinceramente, que o futuro da Comunicação do país não se torne uma patacoada. 
Torço pra que essas pessoas se formem, se tornem profissionais éticos e passem a ter outros pensamentos e ideais.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Os [des] encantos de fevereiro.

Brasileiro costuma dizer que o ano só começa depois do Carnaval, depois de fevereiro.
É verão, é volta às aulas preguiçosas, muita gente está em férias do trabalho, é tempo de alegria [?].
Mas eu preciso desabafar sobre esses quase 25 fevereiros traumatizantes - ou quase isso -, pelos quais eu já passei.

Acho que tirando Natal e virada do ano, o pior mês pra festejar um aniversário é o bendito fevereiro.
Aliás, a única 'motivação' que eu tenho pra ter uma simpatia por este mês, é que meu aniversário cai nele.
Mas não é fácil minha gente.

Primeiro porque além de mim, conheço pelo menos mais umas 3 pessoas que nasceram no mesmo dia, com amigos em comum, e aí o que acontece? Você tem que comemorar num dia em que dê pros seus amigos irem te dar 'aquele abraço', sem ter que só 'dar uma passadinha porque ainda vou passar pra ver fulano'.

Foram anos de festinhas infantis tematizadas de Menina Flor, Cinderela, Chiquititas e afins, por água abaixo. Isso, nesse sentido mesmo. Porque fevereiro costuma ser palco de chuvas torrenciais [e vez ou outra provocando uma enchentezinha de leve], e claro, que pai teria saco pra levar seu filho criança, que não pode sair sozinho, a uma festinha em Jaça City?
Pois é, caros, essa criança nascida em 27 de fevereiro de 1989 já sofreu esperando os amiguinhos chegarem, mas por conta da chuva, sempre ir menos gente do que o esperado. Seria trágico se não fosse cômico - mudei o ditado mesmo.

Mas em alguns anos a chuva não aparecia. Daí eu pensava: vai vir todo mundo! Imaginava a pirralhada toda dançando 'Segura o tchan, amarra o tchan, tchan, tchan, tchan, tchan...' na maior inocência e ousadiaealegria ♫.

Maaaaaas, como nada que é bom dura muito, o que acontecia nos anos em que não chovia? Quem adivinhar ganha um colar de florzinha de plástico pra dançar num Bloco de Rua...
Sim, o [mal/ben] dito (deixo a seu critério) CARNAVAL caía beeeem no dia em que eu comemoraria minha nova primavera-veranil. Consequentemente eu também passei a odiar o Carnaval - exceto depois que eu cresci e descobri que isso é um feriado e que eu ganho uns diazinhos em casa.

Aí você pode estar pensando: credo, que menina amargurada. E eu te respondo: morra e nasça em fevereiro, depois conversamos.
Brincadeira, gente. Mas seria bom se esse sentimento que nutro há quase 1/4 de século, não fosse exclusividade minha, haha.

Fato é que apesar dos pesares, eu adoro fazer aniversário. Sei lá, acho divertido, mesmo que não tenha festa ou que teoricamente quase nada mude, mas ainda assim sou do tipo que conta os dias, que acorda se sentindo mais experiente e essas coisas idiotas e toscas.

O legal disso tudo é que sempre conseguia identificar quais eram as pessoas que realmente se importavam com meu dia, que queriam festejar comigo. Porque afinal, sair de casa na chuva, no Carnaval, com mais sei lá quantos conhecidos fazendo festinha tudo no mesmo dia, era prova de amizade. Na verdade isso era uma tática pra selecionar melhor minhas companhias, [joke] haha.

Faltam 16 dias pros meus 25, pro meu 1/4 de século, pro meu rosto descobrir o que é Renew, e esse ano não vai ser diferente: meu aniversário cairá praticamente no final de semana do Carnaval, e como o mês inteiro tá fazendo um calor do Agreste é quase certeza que vai chover e que terão poucos amigos em São Paulo pra comemorar comigo... mas quer saber? Nesses anos todos eu percebi que o que importa de verdade é você agradecer por poder ter recebido a dádiva de comemorar mais um Ano Novo. E de preferência um Feliz Ano Novo. Não sei o que me espera neste Fevereiro de 2014, de 25 anos, mas sei que até o meu dia chegar ainda vou ter muitas surpresas boas, e tenho certeza que não vai ter chuva, Carnaval ou qualquer outra coisa que vá me deixar triste.

:)