Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro. (C.L.)


Fuce.

domingo, 5 de agosto de 2012

À gosto. Janeiro.

Era janeiro, dia vinte e pouco.
Não chovia, mas ventava muito, um vento que soprava tão forte que parecia o fim dos tempos.
Timidamente, me retirei do recinto. Não havia nada que pudesse me prender naquele momento, naquele lugar.
Engano.
A oportunidade estava ali, logo à frente, mas ignorei e me despedi do que poderia ser minha felicidade.
Momentaneamente, passou uma vontadezinha de ficar e gritar um 'foda-se a hora', mas não o fiz.
Talvez por medo, insegurança, ou só porque não fiz mesmo. Sem maiores explicações.
E mais uma vez, me esquivei.

Na realidade, a verdade nua e crua mesmo, é que pensei que poderia adiar. Ou não pensei nada - como é mais provável -, mas prefiro acreditar que de alguma forma, meu raciocínio foi lógico, entretanto, equivocado.

E de 'oi' em 'oi', 'tchau' em 'tchau', uma esperança esquisita - pra não dizer esquizofrênica -, toma conta de uma partícula de mim. Não de uma parte, de uma partícula, é isso.

E daí você pensa em um monte de coisas, e de como teria sido 'se', ou como seria 'se', ou até mesmo 'será?'.

E já não importa se você pegou seu amigo baixista daquela banda famosinha, e nem que foi encoxada pelo tatuado bonitinho da balada, muito menos que descobriu que seu ex, ex, ex casou ou que é amiga do cara que um dia você fez o que teve vontade, ou se você saiu correndo pelada pela Avenida Paulista e trocou ideia com um mendigo cult que usava sapato social e camisa rosa.

E não importa o quanto àquele 'artista' que você tanto admira(va) te decepcionou, e nem o quanto custou esquecer ... o que interessa mesmo é o presente.

Droga de Artistas. Queda.

- Oi, tudo bem?

Quem pergunta isso, não espera ouvir um 'não', como resposta. Então eu me pergunto: Pra que diabos começar um cumprimento dessa maneira, se você não está dando a mínima pra resposta?

E pra que responder uma coisa que você não tem vontade? E pra que responder?

E, e, e.

A minha teoria dos dois anos está se concretizando - ou não. Não explicarei sobre essa teoria aqui, porque além de não valer a pena, não é da conta de mais ninguém com exceção da minha pessoa e do meu alter ego - e talvez de alguns diários da minha adolescência torta.

E daí novamente você pensa um monte de coisas. E não espera mais respostas e decide que não vai mais perguntar também.

Porque janeiro já passou, e agora é só à  gosto. Agosto. À gosto de quem quiser.
O gosto que teria tido, ou que terá, nunca será palpável, mas pode se materializar quando você menos esperar.

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