Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro. (C.L.)


Fuce.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Da série 'Casamentos'.

Com exceção dos meus pais, arroz e feijão, pão com manteiga e macarrão com frango, o único casal que acredito que nasceram um para o outro é o livro e a música.

Livros e músicas se complementam.

Eu particularmente amo ler apreciando uma [às vezes nem tão] bela canção. Ao tilintar de cada nota sinto as emoções dos personagens, não sei explicar. Alguns livros que li tiveram trilhas sonoras específicas, o On The Road, por exemplo, li escutando Arctic Monkeys do começo ao fim - com algumas 'intromissões' de Bloc Party, confesso. O 1984 foi Placebo na veia, Orgulho e Preconceito ficou com Cícero... e por aí vai.

Mas o barato é esse mesmo, vc creditar uma trilha sonora sua, particular, onde você é o 'diretor' do que cabe ou não àquela história.

A música me ajuda a configurar uma sonoplastia - se assim posso me referir - pra cada livro lido, pra cada história desencadeada.

Os livros, por sua vez, têm seu charme, excentricidade, malícia e volúpia. Histórias brotam a cada parágrafo proclamado.

Ambas as paixões têm tanto em comum, mas são tão opostas ao mesmo tempo... a começar pelos 'sentidos'... audição e visão, que juntos formam uma dupla de sensações inebriantes e instrospectivas ao mesmo tempo.

Os olhos que fitam o livro, atônitos e ansiosos por desfechos, são os mesmos que deixam lágrimas percorrerem pelo rosto, após ter um momento nostálgico, sonhado depois de ouvir determinada melodia.

Fato é que, ler sem música e escutar música sem imaginar a letra é quase como nadar em uma piscina de areia. Não faz sentido.
Os livros, as músicas, tudo parte de possibilidades infindáveis de sensações, cada qual com o seu poder sobre nosso desejos, anseios, medos, emoções e aspirações.

Eu digo LIVROS e MÚSICAS. Livros de verdade e músicas de verdade.

Porque música é uma história contada, e são essas a que me refiro.
E porque livros são passaportes para viagens extradiordinariamente especiais e únicas. Porque vocês vai da ficção à realidade, do Oiapoque ao Chuí, dos romances aos suspenses, em um virar de página, tudo isso sem precisar se mover, só deixar os pensamentos e a imaginação fluirem.

É por isso que se combinam tanto.
Tão fantasiosos, mas no fundo tão cheios de verdades, de países, de momentos, que temos a obrigação de reviver como personagens, e fica até difícil, às vezes, voltar pra realidade...

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