Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro. (C.L.)


Fuce.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Queria.

Queria ser mais atrevida,
Mais destemida,
Menos arcaica,
Mais imoral.

Menos medrosa,
Mais corajosa,
Mais confiante,
Menos normal.

Queria que ele me olhasse,
Mais do que isso, me enxergasse,
Até conversasse, na mesa de um bar.

Queria não ter conhecido,
Gostado de ouvi-lo,
Não ter admirado, nem me identificado,
Nem saber quem é.

Queria que fosse verdade, os sonhos sonhados,
Os risos escritos,
As promessas não cumpridas, que nem foram prometidas.

Queria ter dito,
Em alto e bom som
O que diz meu coração,
Mas cacife me faltou, entalando meu discurso.

Queria não ter apanhado,
Não ter chorado,
Por motivo banal e sem fundamento.

Queria não ter esperança,
Ser moça com lança,
Pra me proteger dos pensamentos que me levam até você.

Queria que alguém percebesse,
Me emudecesse,
Com um toque terno,
Acalentando meu ego.

Queria não ter sentimento,
Queimando por dentro,
Cheio de incertezas e incredulidade,
No ato de amar.

Queria não querer esperar uma mensagem,
Um convite ou coincidência,
Onde eu pudesse te encontrar.

Queria que isso se afastasse de mim,
Que o imediatamente estivesse próximo do fim,
E que o final tênue do querer e ser, estivesse logo aqui.

Aqui e agora,
Porque já não posso mais suportar a ideia,
De não tê-lo sequer pra sentar e conversar.

Falar sobre a vida, sobre arte, comida,
Sobre coisas em comum, que fizemos na infância.

Espero conseguir,
Essa vontade emergir, da carne e da alma.
Enquanto isso, acompanho seu jardim,
Sem ao menos saber, se tens ideia do quanto tenho a lhe oferecer,
Sobre os planos que fiz, pra você e pra mim.

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