Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro. (C.L.)


Fuce.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A Humana

Tenho um problema desde criança, gostava de matemática, era aplicada até, mas os meus números não são bonitos, nunca foram aqueles bem redondinhos e perfeitos, os meus não eram assim, isso me chateava.

Ai descobri uma vocação (?).

Sou de Humanas, faço Humanas, sou Humana, humanitária, humanizada, imunizada, contra números e tudo e todos.

Faço contas do meu jeito, com palavras, frases, textos, orações, subordinadas ou não, com sujeito simples ou composto, com paráfrase, com antítese, conjunções, preposições e predisposição.
Escrevo, relato um fato, jogo um dardo e é dada a largada.

Derramo, transcendo, imponho, questiono, em 1ª pessoa quase sempre, me desempenho melhor assim.

Minhas inspirações se instalam “do nada”, de uma palavra que lembro e começo a imaginar um texto para ela, uma história, um conto, uma fábula, uma narração, dissertação... uma infinidade de termos pejorativos, mas são apenas maneiras de organizar todas as palavras sem confusão, assim conseguimos identificar o contexto que as mesmas fazem parte.

Sorrateiras, faceiras, monótonas, polissílabas, as terminações me trazem certa excitação, são tantas!

A curiosidade de saber como e quando vou terminar um texto desses é intrigante.

Nunca sei o momento que vou parar e dizer: “- Acho que chega, já está bom.”

As peripécias que minha imaginação desenha são muito maiores do que qualquer livro ou página da web existente.

Nem sempre consigo me expressar da maneira mais coerente e tangível que gostaria, mas a forma irregular com que redijo me transporta para o surreal e por que não, para o irreal?

As palavras difíceis deixo para os poetas, escritores, consagrados. Eu fico com todas as que sei, e as que todos sabem, mas a ordem das minhas palavras não são iguais as de ninguém, o que eu escrevo é minha identidade, é a autoria dos meus pensamentos.

Não sou imperiosa, mas também não sou passiva, sou a inquietude de querer saber, a sagacidade de saber enfrentar as nebulosidades do cotidiano, perspicácia às vezes é meu sobrenome, tenho um “q” de introversão, o momento vai decidir.

Mais um auto-biográfico para minha coleção.

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