Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro. (C.L.)


Fuce.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

(i-R) Relevância.

Hoje peguei-me lembrando de ocasiões, oportunas, às vezes nem tanto, outras nem um pouco.
Lembrei-me da fuga e que daí surgiu tudo. Do encontro, do desencontro, da espera, do medo e do friozinho.
De mensagens, das palavras.
Lembrei-me do dia em que nossos olhares se entrelaçaram sob feixes de luz e um ofuscou o outro com o ardor de quem deseja, a carne. Mas não apenas isso.
Lembrei-me de conversas, alguns poemas, quase sonetos, à nossa forma.
Lembrei-me de prantos, irremediáveis. Lembrei-me de detalhes, intensos.

Os retratos, inúmeros registros da imortalização dos momentos.
Não era caricata de virilidade, tinha certa hostilidade, mas por ora, me agradava; estranho.
Lembrei-me de instantes que nem imaginava que me lembraria e que seria bom.

A sua pele branca, bronzeada por acaso, seu olhar que sempre ia de encontro ao meu de alguma forma, o seu cheiro bom, sua inteligência tímida, pouco rebuscada, até sua rispidez me fascinava.
O sono, até o sono era diferente. A cegueira me tomava, e eu não via mais nada além de nós, acreditei mesmo.

 Os programas mais simples se tornavam grandes, especiais, e não só porque estava ao seu lado, mas porque eram bons de verdade. Me ensinou a enxergar que coisas boas (quase nunca) são as que ‘pagamos’ mais.

Seus sonhos, os poucos compartilhados, eram sonhos.
Os meus sonhos, os muito compartilhados, estão se tornando realidade.

Antes tudo me perturbava e minha vontade era que aquele turbilhão insensato e cruel de lembranças saísse da minha cabeça.

É uma pena! Muitos disseram, alguns ainda dizem.
Não acho, pelo contrário! É uma glória!

Aprendi muita coisa, mas o mais importante foi descobrir que tenho a capacidade de pensar por duas pessoas, e mais do que isso, tenho a capacidade da valorização pessoal, de ‘eu sou mais eu’.

Hoje ainda me pego lembrando de muitas coisas, mas são apenas lembranças. Só isso e nada mais.

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