Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro. (C.L.)


Fuce.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Choque.

Um susto, intrigante, serelepe, macabro. Um misto.
O coração amargurado por sei lá o que se deixa levar pelas emoções, que não são contidas, só contém.
Tudo de pesado, duro, sintetizado no órgão, na alma.
Que mal fiz?
Não escolhi viver aqui, escolheram por mim, não tive opção.
Suas palavras são fel, fagulhas de fogo, queimam e ardem, machucam, e sem se dar conta, você fere, tipo fratura exposta.
Cega. Olhe ao seu redor e perceba que quem te ama de verdade não lhe deseja o mal, não lhe repreende por ódio. Não lhe pede por vingança.
Oriente-se. Veja o que você está fazendo com quem está ao seu lado.
A cada dia que passa sinto minha carne morta, meu espírito enfraquecido pela brutalidade com que reporta suas angústias a mim, pois, só podem ser angústias, não vejo outra explicação.
Eu não preciso citar, mas, não me esqueço do dia em que me designou como um ser incapaz, como perdedora.
Não me esqueço do dia em que jurou o silêncio a mim, o dia em que um ‘estranho’ passou a ser mais importante do que sua família. Família de três, ou de duas, chego a pensar às vezes, de uma.
E instantes depois de matar, vem uma carícia cínica e faceira, de quem é um anjo.
Enxergo um outro ser em você, parece um demônio enraivecido, isso não é agradável, mas vejo.
A vaidade por coisas pequenas torna-se constrangedora. Como pode uma coisa tão simples tomar proporções tão drásticas a ponto de desmoronar, uma avalanche de pontapés e socos.
Preferia sua raiva descontada em forma de pancada, ao menos você se satisfaria ao ver hematomas expostos.
Neste momento, os meus hematomas estão na alma, visíveis apenas para mim em um espaço que acumulo coisas de anos, de uma vida inteira. Não queria que fosse assim, não quero que seja assim.
Não importa a quantidade de bênçãos conseguidas, o foco é sempre em algo ruim, não sabe agradecer.
“Não funciona porque não está na tomada”.
Onde está a grosseria? Francamente, TUDO se torna motivo para você me apunhalar.
Você é a vítima. Você é a santa. Eu sou o monstro, sou a estúpida.
Apesar de meu ‘otimismo’ comigo mesma, pelo meu esforço e capacidade, sinto-me acuada e frágil, penso que seria melhor não viver. Mas não valeria a pena entregar minha vida a troco de provocações.
Quer você queira ou não, estou aqui, sou assim e infelizmente (?) não posso e nem consigo mudar.
Cansei-me de lamúrias teatrais e cruéis ao mesmo tempo. Enchi-me de suas indignações absurdas, de suas atitudes repugnantes para comigo.
Não desejo-lhe nada de mal, porque não é preciso desejar.
Espero de verdade que um dia isso tudo acabe e que finalmente possamos viver em harmonia.

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