Como uma boa
Um trote em uma famosa faculdade de Comunicação aqui de São Paulo teve como 'brincadeira' pros calouros, chupar uma banana e pepino e ficar amarrado a um poste. Coisa saudável, tranquila, né?
Sinto uma enorme tristeza e asco desses futuros comunicólogos, jornalistas, publicitários, radialistas que ali estavam promovendo essa patifaria.
Aí vem alguém e fala: "- Ah, mas a pessoa só participa se estiver de acordo, se ela quiser...".
Claro meu querido, se você não participa, sabe-se lá qual será seu 'castigo' ou 'fama' por não ter consentido entrar na 'baixaria' promovida pelos veteranos.
Aliás, veteranos? O que pode-se entender por 'veteranos'?
Na minha visão de pessoa adulta, madura e no mínimo respeitosa, seria: uma pessoa que já enfrentou as dificuldades de uma nova jornada, que está inciando sua vida profissional em uma carreira honrosa e difícil, mas que por ter esse título, tem como missão motivar esses novos alunos que ingressaram no ano letivo. Afinal, no fim das contas o objetivo de todos ali é o mesmo, ou não é?
Agora, essa foi a 'expectativa', a 'realidade' é bem diferente e asquerosa.
Quem em um primeiro dia de aula não quer voltar pra casa se sentindo humilhado, lesado e com vontade de morrer e nunca mais aparecer pra ninguém?
Quem não quer passar o resto dos 4 anos sendo chamado por um apelidinho escroto que ganhou por algum motivo num desses trotes?
Aí mais uma vez entramos na questão: '- Ah, mas a pessoa tem que levar na esportiva, todo mundo passou por isso, e ano que vem vai ser a vez dele se vingar nos bichos...'.
Eu juro que não sei o que é mais lamentável, se é a atitude das pessoas que promovem o trote violento e humilhante, ou se é o aluno ingressante.
O que eu quero deixar claro aqui é que eu não sou contra o trote, desde que seja uma coisa saudável, que marque a vida da pessoa de uma forma positiva, que ela possa se lembrar e rir depois disso, que ela se torne uma veterana de valores e preceitos básicos de respeito ao próximo e que não espere esse dia chegar pra simplesmente 'se vingar pelo que fizeram com ela no ano anterior'.
O que me deixa mais revoltada é saber que os trotes acontecem só em faculdades renomadas onde a maioria dos alunos têm uma boa condição financeira e provavelmente devem ter sido 'educados' em bons colégios e tudo mais. Com certeza muitos desses alunos filhinhos de papai, boyzinhos da Zona Sul não sabem o que é ter que trabalhar pra pagar os próprios estudos, ou se submeter a uma série de vestibulares pra tentar um ProUni ou coisa do tipo.
Não estudei na melhor faculdade da cidade, tive que me virar sozinha pra conseguir uma bolsa integral pra conseguir estudar, pois mesmo trabalhando meu salário não seria suficiente pra pagar o curso que eu queria, passei por maus bocados durante os 4 anos, envolvendo mortes e responsabilidades, pra na época uma menina de 19/20 anos... enfim, não estou me fazendo de coitada, mas queria demonstrar como é ridícula a atitude dessa geração de jovens egocêntricos, estúpidos e inconsequentes que acham cool estudar numa 'facul' top, e manter rixas com outras 'faculs', e 'chupa daqui' e 'chupa de lá' e 'ah, trote é normal, faz parte...'.
Esse não foi o primeiro e nem será o último caso de trotes abusivos, aliás, talvez este seja um dos mais leves que já foram noticiados com destaque, agora o que nos resta é torcer pra que esse índice diminua até finalmente cessar. É praticamente impossível? Sim. Mas não custa pensar positivo.
Esse não foi o primeiro e nem será o último caso de trotes abusivos, aliás, talvez este seja um dos mais leves que já foram noticiados com destaque, agora o que nos resta é torcer pra que esse índice diminua até finalmente cessar. É praticamente impossível? Sim. Mas não custa pensar positivo.
Eu espero, sinceramente, que o futuro da Comunicação do país não se torne uma patacoada.
Torço pra que essas pessoas se formem, se tornem profissionais éticos e passem a ter outros pensamentos e ideais.
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