Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro. (C.L.)


Fuce.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Talento. [?]

Sabe aqueles dias em que você acorda a beira de uma crise existencial e fica se perguntando se existe alguma coisa nesse mundo em que você seja realmente bom, tipo um talento?
Pois é, acho que estou num desses dias.

Já fiz algumas experimentações e cheguei à conclusão de que sou esforçada. Ponto.
Não sei dizer uma coisa extraordinária e realmente notável que eu faça e as pessoas fiquem boquiabertas.

Não pratico esportes, não nasci pra isso, e não é baixa autoestima; desde os tempos de colégio eu fugia das aulas de Educação Física, fingia estar doente pra não participar das aulas, enfim, burlava de todas as formas que eu podia. Primeiro porque eu não tinha habilidade nenhuma com a bola em qualquer modalidade, não tinha força pra sacar no vôlei ou arremessar no handball e basquete, muito menos pra chutar no futebol, resumindo: eu era um verdadeiro fiasco [exceto quando eu estava ‘brincando’ de queimada, nisso até que eu me dava bem], mas voltando, eu era sempre a última a ser escolhida pros times, e não fazia nenhuma questão de jogar, propunha trabalho escrito sempre que possível.

Além disso, não sei andar de bicicleta e muito menos de patins. Uma vez tentei patinar no gelo, nessas pistas que eles montam em shoppings centers, juro que eu mais parecia uma pata do que uma pessoa, foi constrangedor!

Mais tarde, na minha adolescência, com uns 15/16 anos, me arrisquei a andar de skate, foi o que mais deu certo, saía umas semi-manobrinhas e era realmente divertido, mas não durou muito.
Quando eu era criança adorava desenhar, e acho que se minha mãe tivesse investido talvez eu pudesse ter aprendido algumas técnicas que aprimorariam meu desenvolvimento como artista [risos].
Brincadeiras à parte, apesar de eu gostar de desenhar, e até já ter feito bons desenhos – quando criança –, não acho que seria artista mesmo, não eram desenhos totalmente ‘fora do padrão’ para uma criança fazer.

Bom, também não sou autodidata. Não tem nada que eu tenha aprendido sozinha, sem ajuda de aulas, tutoriais ou sei lá mais o que.

Não sei tocar nenhuma instrumento, mas sempre tive vontade de aprender, e atualmente estou fazendo aula de gaita/música, mas olha minha gente, esse também não é meu dom. Apesar de eu achar o instrumento maravilhoso, incrível, lindo, charmoso e  etc, também acho que é uma das coisas mais difíceis que já me atrevi a fazer. Descobri que não sei respirar, que não consigo fechar a boca do jeito certo e aspirar sem sugar, ou seja, desastrosa! Mas tô tentando, uma hora eu aprendo.

Mas aí é que tá: Uma hora eu chego lá.

Pra pessoas ansiosas, como eu, essa frase é desesperadora! Não quero chegar lá um dia, quero chegar lá hoje! Agora! E só depende de mim. Acho.

Mas não é tão simples assim. Pra descobrir alguma coisa em que você seja genial é preciso ‘procurar’ atividades, caminhos e perspectivas diferentes, que por sua vez também não são simples, porque nunca se sabe qual é o caminho que você deve seguir. Às vezes seu potencial é enorme pra fazer uma coisa X, mas você não faz a menor ideia, e vai pelo caminho Y. 

Definitivamente, não sei no que eu posso ser incrivelmente boa, mas enquanto eu não descubro, vou continuar buscando novos desafios, quem sabe uma hora eu encontro meu pote de ouro no final do arco-íris? :)

Ps.: Esqueci de citar que sou boa em fazer bolinhos de chuva, bolo de cenoura e miojo de tomate - por enquanto posso usar essas habilidades como meus talentos. haha

segunda-feira, 21 de julho de 2014

My exchange - finally full

Posso até demorar um pouco, mas como sou uma mocinha de palavra, sempre cumpro minhas promessas. Afinal, como já dizia o ditado: antes tarde, [do que mais tarde ainda] do que nunca!

Tenho tanta coisa pra contar sobre minha viagem, que fica difícil até pra tentar resumir. Por isso acho que em forma de tópicos fica melhor \o/ até pra que eu mesma me organize na hora de lembrar dos fatos [porque como já devo ter dito, às vezes sou meio perdida - mas eu sempre me acho, isso que importa!], haha.

Vambora, então galérê!

6. ON THE ROAD - VIAGENS [por dentro e pra fora da Ilha da Esmeralda - vulgo, Irlanda hehe]

Daí você está aí pensando: 'Ah, se ela foi pra Europa deve ter conhecido vários países, tudo um do ladinho do outro mesmo, né?'... Mas a resposta é: não conheci vários países, até porque eu fui pra estudar também, então consequentemente os únicos dias totalmente 'free' que me sobravam, era o final de semana, e em 1 mês só tem 4 , ou seja, matematicamente falando, seria quase impossível eu fazer uma super Eurotrip.

Mas não tenho o que reclamar, viajei MUITO sim! O bom da Irlanda é que por ser um país pequeno, as cidades aos arredores são muito perto e você consegue visitá-las pegando trem ou ônibus que em alguns casos, em meia hora você está no lugar. 

Passeei muitão por lá e super indico às pessoas que pensam em viajar pra lá, conhecerem a própria Irlanda mesmo. É fascinante, lindo mesmo, cheio de paisagens incríveis, a natureza é realmente uma das coisas mais sublimes que existe nesse mundo!
Posso citar alguns dos meus passeios aqui, de repente inspira alguém!

*Cliffs of Moher e Galway: se você está ou vai pra Irlanda, NÃO PODE deixar de visitar o Cliffs. É realmente incrível e lindo lá, e também super acessível! Com uns 35 euros você faz a viagem guiada, pára na cidade de Galway e se não me falha a memória, a gente fez uma outra parada em um castelo. Aliás, o que mais você vai ver por lá são igrejas e castelos. Pros mais aventureiros e destemidos, dá pra alugar um carro e ir com uma galera dividindo o combustível... às vezes sai até mais barato e se você souber dirigir e não tiver problemas em passar as marchas com a mão esquerda [porque lá o lado do motorista é do lado direito], alugue um carro e seja feliz!  







*Wicklow, Upper Lake and Powerscourt Gardens: Esse passeio também é sensacional O dia que em que eu fui, estava um sol delicioso, então deu pra curtir ainda mais. A paz que você sente visitando esses lugares é inexplicável. Pra chegar lá é o mesmo esquema, você pode pagar a viagem guiada, que custa em média uns 25 euros. Paramos na ponte em que foi gravada uma cena do filme Ps. Eu te Amo, fica no meio do 'nada', haha, achei super legal isso, pq só assim pra você conseguir visitar!








































Fora esses lugares, também visitei (fotos acima):

*Belfast, Titanic Museum, Giants Causeway - Irlanda do Norte
*Malahide Castle
*Beach Bray
*Guinness Storehouse
*St. Patrick's Cathedral (...)

...e finalmente:

LONDON! 
Sim, fui pra Londres :)
Como agora é verão na Europa, as passagens e afins não costumam ser tããão baratas. Mas existe uma companhia aérea chamada 'Ryanair', que gentche, esse cia faz umas promoções malucas onde às vezes você consegue comprar passagem de ida e volta por, sei lá, 15 euros! 
Infelizmente eu não consegui pegar nenhuma super promoção e fui de navio+busão pra Londres.
A viagem fui curta, mas curti cada segundo [não fosse ter me dado febre no primeiro dia ¬¬', mas felizmente tomei um remidinho a noite, e acordei zerada].

Lá eu visitei alguns pontos turísticos, como: London Eye, Big Bang, Madame Tussauds, Abbey Road, Tower Bridge, Abadia de Westminster, a troca da guarda no palácio, os famosos 'orelhões'... e minha primeira impressão sobre London foi: Uma 'São Paulo' bem mais evoluída, com muita gente correndo e pelo que notei também tem bastante carro por lá, mas o metrô funciona - apesar de ter achado que o de SP é bem melhor no sentido de espaço, limpeza, aparência, sinalização... -, mas lá em geral é realmente muito estruturado e organizado! Se eu tivesse tido mais tempo, gostaria de ter conhecido os museus e outras cositas que não consegui visitar. 
Mas valeu a pena cada instante, todo o cansaço [porque olha, não é fácil ter pouco tempo pra conhecer um país, não!]. Foi uma correria, de um metrô pro outro, baldeação daqui, baldeação de lá, com mochila nas costas... cansativo! Mas compensou cada segundo, faria tudo de novo! :)

Nota: os hostels de Londres são meio 'caidinhos' e não são tão baratos, acho que esse foi o ponto negativo mais significativo pra citar.















7. AMIGUES GRINGOS, é possível fazer? [e brazucas, of course]

A primeira coisa que você vai ouvir quando for fazer intercâmbio, seja o período que for que você for ficar no lugar: 'Não faça amizade só com brasileiros!'

Isso é realmente uma verdade, principalmente se você está indo no nível iniciante do idioma. 

Mas é IMPOSSÍVEL, sim, IMPOSSÍVEL, você não ter amigos brasileiros. Até porque, tem brazuca em todo buraco, minha gente. Vai pro Havaí? Tem brasileiro. Vai pro interior da Polônia? Tem brasileiro. Quer ir pra 'famosa' 'Conchinchina' (aliás, alguém sabe se esse lugar é só uma invenção, ou se existe mesmo? - intelectualidades inúteis, eu gosto de saber)? Terá brasileiro. Brasileiros se proliferam e criam raízes em todos os lugares que você imaginar. E na Irlanda não é diferente. Você consegue viver sem precisar falar inglês por lá tranquilamente, mas esse não é o seu foco, acredito, como também não era o meu, afinal, gastei uma puta grana pra melhorar o idioma e ter a possibilidade de praticar a língua e vou ficar saindo só com brasileiros? Não dá, né!

A melhor forma de você fazer amizades, é na escola. Na minha sala tinha gente da Arábia Saudita, Itália, Colômbia, Venezuela, Alemanha [gooool, da Alemanha - tá, parei], Coréia... enfim, várias nacionalidades. Infelizmente tem muitas escolas que a maioria dos alunos são brasileiros, então, caso você esteja indo com o intuito de estudar, pesquise bem antes de ir, pra não jogar dinheiro fora. Às vezes compensa pagar um pouco mais caro, mas ter a certeza de que você não terá opção a não ser falar inglês. 

Mas é claro que a galera da escola tem as mesmas dificuldades que você e tudo mais e é muito importante que você faça amigos nativos. Aí a melhor forma é se jogar nos pubs! É realmente o melhor ambiente pra você conhecer a galera que de fato, é de lá. Conheci pessoas incríveis e que quero levar pro resto da minha vida. Mesmo que você não fale tão bem, se arrisque! Geralmente as pessoas são super compreensivas e tentam até te ajudar a falar. Sem contar que lá não é como no Brasil que se um cara chega em você, é porque está interessado em te pegar. Lá as pessoas se aproximam apenas pra conversar, e isso é realmente assustador no começo, porque você não sabe se o cara tá sendo gentil demais porque quer alguma coisa, ou só porque quer ser simpático mesmo. Na maioria das vezes é a segunda opção. haha

Tive várias pints pagas por desconhecidos que só queriam trocar ideia. É claro que você tem que ficar esperto, ter alguém que você conheça por perto - de preferência um amigo brasileiro -, se alguém te pagar alguma bebida, você ficar olhando a pessoa tirando a pint e tudo mais, mas isso são os princípios básicos de uma pessoa adulta com bom senso, né? Ingenuidade e confiança em todo mundo já é um pouquinho de idiotice, né.
Dá sim pra fazer amizades gringas, só depende de você.

Mas não tive nenhum episódio desagradável, ninguém me desrespeitou, muito pelo contrário! Todos sempre muito atenciosos, solícitos e simpáticos.

8. MAS... E O INGLÊS... MELHOROU? [a pergunta que todos fazem]


O legal de você estar num país em que a língua oficial é o inglês, é que você TEM que falar inglês quando vai comprar alguma coisa no mercado, na feira, ou quando tem que pedir uma informação num ônibus ou trem... ou seja, apesar de ter muito brasileiro por lá e você conseguir trombar alguns caso tenha alguma dúvida, os estabelecimentos que você vai frequentar, em sua grande parte, são os nativos que trabalham, então você acaba praticando e consequentemente melhorando seu 'ouvido', sua pronúncia, sotaque... enfim, N coisas. 

9. VALEU A PENA FICAR POUCO TEMPO? PORQUE FIQUEI TÃO POUCO?


Valeu a pena cada centavo gasto. Essa frase resume tudo. Não é todo dia que eu tenho uma oportunidade dessas e foi tudo com o suor do meu trabalho, o que é mais gratificante ainda.Eu não sou nenhuma adolescente que tem os pais pra bancar viagens internacionais, cursos, pós-graduação e esse tipo de coisa, pra mim. Já sou até considerada 'velha' pra fazer esse tipo de coisa, então eu dou muito valor pra tudo isso, porque eu sei o quanto é difícil e CARO estudar fora, mesmo que seja por pouco tempo. Valeu muito a pena sim. Eu viajei nas minhas férias do trabalho e uni diversão, cultura, aprendizado em uma só viagem. A Irlanda ficou no meu coração de uma forma muito especial, guardo apenas boas lembranças de lá. Não teve NADA, absolutamente NADA que eu possa me lembrar como uma memória ruim. Foi PERFEITO!Enquanto eu estava lá, não tive dificuldade pra me comunicar na rua ou coisa do tipo. Algumas pessoas nativas que conheci, tive sim um pouco de dificuldade pra entender algumas coisas, mas no geral, me virei bem. Foi super tranquilo.Entrei na escola no nível intermediário e acredito que se eu tivesse ficado uns 6 meses, com certeza voltaria falando bem melhor.  Geralmente o problema dos brasileiros é que aprendemos e sabemos a gramática, mas não temos como praticar aqui, pelo menos não ouvindo sotaques diversos e principalmente, de quem tem o inglês como língua-mãe, então acabamos não treinando nosso ouvido.Fiquei pouco tempo lá pra dizer que voltei muito melhor do que eu era. Não dá pra dizer que foi uma melhora 100% significativa, mas não voltei como antes também. Então acho que foi uma bagagem positiva que trouxe de volta, mas não totalmente revolucionária que me fez entender 100% tudo o que eu não sabia. Ainda tenho muita coisa pra aprender, e não vou parar de estudar. Continuo fazendo aulas aqui no Brasil e um dia eu chego lá.

10. SE EU VOLTARIA?


Depois de tudo isso, será que eu realmente preciso responder? haha
Eu não só voltaria, eu moraria lá, levaria minha mãe, minha cachorra e minha família toda, todo mundo junto! 
Na verdade eu não queria ter vindo embora.
Mas quem sabe um dia eu volto! Apesar de eu amar o Brasil, a nossa comida, nosso clima, as coisas culturais que tem aqui, a diversidade de povos, todo mundo misturado, eu adoraria passar um tempo longe daqui, aprender de fato o idioma, poder trabalhar num lugar onde a cultura é completamente diferente da nossa, conhecer [mais] pessoas novas... acho até que todo mundo se deve isso, sabe? Se permitir a fazer uma coisa que fuja dos padrões, que envolva um certo sacrifício também, pro gostinho ser melhor, saca? Pode ser que quem tenha tudo sempre de bandeja, fácil demais, não valorize tais momentos como deveria. Se você tiver a oportunidade de viver uma experiência diferente, a faça! Seja no Brasil, na Irlanda ou em qualquer outro lugar, vá, mas vá sem medo de ser feliz!

Eu acho que todo mundo tem vocação pra felicidade, só tem que saber esperar o momento certo pra concretizar sua realização, um dia vai!

E esse foi o resumo da minha trip. 

#LikeADream #Iwannareturn #OneDay #WhoKnows ...